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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Encontros e Despedidas


https://youtu.be/oJPDJUOErlo




Adeus Amiga


Ela se foi repentinamente 
Não pude me despedir dela
Foi tudo tão inesperado 
Ela não estará comigo para comemorar as vitórias 
Assim como não estaremos juntas a lamentar as derrotas inevitáveis da vida 
Ela não vai me ouvir dizer as bobagens de sempre
Nem poderá ler os textos que escrevo
Não verá meu sorriso de quando a via chegar
Nem suas mãos segurarão mais as minhas ao caminhar
Por que você se foi tão cedo? 
Por que nem ao menos se despediu? 
Por tudo o que vivemos 
Pela nossa amizade 
Pelo amor singelo, verdadeiro 
Nunca mais iremos nos ver
E o que eu possa te dizer?
Se já não me escutas mais
Se tua partida selou nossas vidas
Pra nunca mais 
Nunca mais...

C Stella

Realidades Paralelas

Uma vez, uma pessoa me "acusou" de criar "realidades paralelas", através de "histórias inventadas".

Não! Protestei, não é verdade!!!
Chateada,  fui meditar à sombra do sagrado pé de alface. 

De lá, pude observar, na colina, as estações passando uma à uma no trem das onze e quarenta e cinco. 

O verão vinha na frente. O vagão estava a ponto de ebulir...mas achou o nome desagradável e desistiu!

Cheguei bem próximo da janela - porém sem tocá-la para não queimar as asas.

Lá dentro,  embora quente, tinha gente saindo pelo ladrão - o meliante, entretanto,  parecia desconfortável com a situação. A pena do malandro escrevia cartazes de "proibido chorar!"
Achava tudo muito intrigante quando,  de repente,  o tempo virou o vagão do verão e já era Outono!

Tive que,  agilmente, me desviar das folhas secas tele-guiadas...nada fácil fugir desses drogas da mãe natureza!  Essa mãe e superprotetora!

Pelo menos já podia me debruçar na janela,  a tempo de ver lá dentro,  sobre a mesa de desenho,  o Snoopy dançando com a folha seca de uma árvore qualquer...

Raios,  trovões e um vento gélido,  anunciavam que o outono já era!!!
As árvores, sem suas folhas,  peladas, peladas, iriam agora passar meses de um frio de lascar!

O impiedoso inverno tem seu lado meigo, os ursos..Não! Esses são espertos e vão dormir até o verão. Mas tem os Pinguins que passam boa parte do inverno numa "roda circular" cantando pro deus do gelo dar um tempo!!

E não é que funcionou?

Flores, Flores, Flores!!!
Pólen,  Pólen,  Pólen!!!
Alergia,  Alergia, Alergia!!!

Que maravilha!!!  É primavera!  Com seus adoráveis pólens despertando todas as alergias do Universo Paralelo! 

Vida, Vida, Vida!!!

Eu ali, encantada com os jardins coloridos, cheios de alegria e o  amor desabrochando nos corações...eca!  Que piegas isso,  chega!

Bem, resolvi entrar nesse vagão -obviamente com um estoque infinito de anti-alergicos. Sentei-me junto a um lago... Águas correndo em fila indiana...parecia ser uma maratona,  pois estavam suadas as rochas, pobrezinhas... 

Fiquei ali alguns segundos,  a pensar no absurdo que me fora dito: "Universo Paralelo", "Criando Histórias Inventadas"?! Quanta injustiça...

Não fique assim,  ouvi ao longe, pegue aqui um pouco de mel...isso acaba com toda amargura que pode ter em seu coração... Vês,  essa que lhe entristeceu não sabe que as artistas só retratam seu mundo interior? 

Não há porque se entristecer...a não ser que devem se  lamentar as criaturas que não conseguem alcançar essa realidade,  mais brilhante,  mais colorida, mais engraçada, mais leve..mesmo quando densa...descanse, minha amiga...

Troque suas cores, olhe o seu universo e pinte a realidade com suas próprias cores.

Quanta Sabedoria em um minúsculo ser preto e amarelo... Antes que eu pudesse falar qualquer coisa,  ela saiu voando,  mãos dadas com uma linda a colorida borboleta. 

Me senti reconfortada: 
sou uma artista,  afinal!
Este é o meu Universo! 
O dela é que é irreal! 

Escalei a vida de volta;
Tirei os óculos escuros;
Dormi em paz
Dentro da minha bola de cristal...

Despedidas


Eu nunca imaginei que nossa despedida seria pra sempre

A gente não se dá conta de que pode ser assim,  pra sempre,  a cada despedida 

De que nada é eterno 
Não somos, estamos...

Nossa vida no mundo e na vida dos outros é transitória..fugaz

E Você se foi pra sempre 
Me deixou sozinha  partiu...

Desde então - e lá se vai muito tempo,  relativo tempo - tudo o que resta são as lembranças que tornam ainda mais dolorosa a saudade

Pois ela mostra o quanto de ti ainda ressoa aqui...

Mas o tempo, que não foi eterno pra nós - ele nunca é - não fez diminuir a dor de não poder mais estar contigo, de não poder mais ouvir sua voz, ver teu sorriso, rir contigo, brigar contigo...

Este é o lamento de muitas perdas, de todas as ausências, de todos os silêncios;

Dos que foram ceifados abruptamente, por diversas mãos, por mão alguma 

E eu fico a colecionar histórias incompletas, a costurar vivências, a esperar que, no final,  ao menos essa colcha seja bonita, mesmo com todas os remendos, todas as costuras  sem padrão algum, porque sem sentido algum.

A colcha, de retalhos em que costuro,  pela vida, as dores de desconstruções, da  reconstrução de uma existência que não está em lugar nenhum,  porque não precisa estar - porque não estamos,  somos!

Precisa ser inteira, colorida, mesmo que cores frias, desbotadas, de dor, decepção, abandono...retalhos tantos costurados a  outros de cores quentes, vibrantes do amor, paixão, alegria, amizades, sorrisos, gargalhadas...

Destino que brinca com ausências, partidas e chegadas, daquilo e daqueles que não são eternos, mas sim,  inesquecíveis...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tarso Genro, a socialização das riquezas e a greve no Banrisul

Em Buenos Aires, há alguns dias atrás, ante uma platéia de representantes de governos, sindicalistas do mundo todo, universidades, Tarso Genro falou bonito:

"Tarso defendeu que o desenvolvimento da nova economia precisa ser moldado por um contrato social que "expanda as possibilidades de socialização das riquezas e da qualidade de vida para a cidadania", evitando que seja apenas mais um processo espontâneo de acumulação capitalista. " Pena ser apenas mais um exemplo da velha retórica pseudo-socialista.

Na prática, o Estado do RS, maior acionista do Banrisul, se nega a "socializar" as riquezas com os funcionários que contribuem diariamente para gerar cada vez mais lucro para o banco.

Mas o que faz o velho "socialista"? (desculpem-me os socialistas) Apoia, com sua indiferença e omissão gritantes, que as "riquezas" geradas pelo Banco dos gaúchos sejam apenas mais um exemplo de "processo espontâneo de acumulação capitalista".

Segue-se aqui, tão-somente a lógica capitalista denunciada há mais de 150 anos por Marx, de um sistema de escravidão e subserviência, onde o Estado, comandado por um "socialista" nada mais faz do que fomentar ainda mais esse capitalismo naquilo que ele tem de mais cruel: o desprezo pelo ser-humano, pelo "colaborador" (termo moderno para operário, proletário).

Mantendo esses colaboradores num sistema de remuneração em que "o custo do operário se reduz, quase exclusivamente aos meios de manutenção que lhe são necessários para viver e perpetuar sua existência" (Marx), assim o governo de Tarso é o novo senhor feudal, representante da posterior burguesia que se erigiu sobre o trabalho pesado de seus novos escravos proletários, nada muda, o mundo e a vida são circulares.

Assim funciona, na prática o sistema de socialização das riquezas que o Governador Tarso Genro implementou no Estado do Rio Grande do Sul - isso sem falar no que ele está a fazer com os professores.

Senhor Governador, aguardamos ansiosamente que seu discurso bonito se traduza em prática no estado que governas afinal, não estamos mais numa época que não se tenha acesso a informação e onde a simples propaganda seja capaz de ganhar eleições.

Ao contrário, vemos que os trabalhadores ou "colaboradores" - como a hipocrisia capitalista gosta de dizer - estão unidos numa greve histórica que paraliza o Banco do Estado do Rio Grande do Sul há mais de um mês.

E esses colaboradores não fazem menção de abandonar sua luta por aquilo que consideram justo: um plano de carreira eficiente e sem armadilhas; efetiva participação nos lucros do Banco; valorização de funções específicas que estão "esquecidas" pela diretoria; elevação do valor do piso, além de extensão de benefícios para quem estiver em afastamento por motivo de doença - nada mais justo, nada mais social que isto.

Mas seria isto um absurdo? Irão estas reivindicações "quebrar" o banco? São, acaso, inaceitáveis?

Ou não seria antes inaceitável o fato de um governador eleito por um partido historicamente aliado dos trabalhadores e movimentos sindicais ter uma postura tão intransigente e voltada aparentemente apenas para os velhos interesses capitalistas?

Um novo "patrão" do novo "proletariado" o patrão escondido sob a mascara de um  partido, de um socialismo. Na verdade o patrão "socialista" que oprime ainda mais o "proletariado" sob suas ordens, humilhando-os, ridicularizando-os com proposta que não contemplam o básico de suas reivindicações, que jogou seus colaboradores numa greve de mais de um mês e que quer, a todo custo, uma "vitória" que se traduza em esmagamento do movimento grevista, em humilhação e desvalorização de seus "colaboradores".

Mas Tarso Genro falou bonito na Argentina, falou a socialistas como socialista, a sindicalistas como se sindicalista fosse e falou mal da acumulação de riquezas do capitalismo, como se capitalista não fosse.

Sem medo de dizer a verdade, Claudia Stella de Resende

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Tenho pena de Deus

Nietzche uma vez disse que Deus está morto!

Muitos ainda se escandalizam com esta frase.

Outro dia reli um dos meus poemas favoritos de Mário Quintana, no qual ele diz:

"Deus não esta no céu.
Deus esta no fundo do poço onde o deixaram tombar..."

Não consigo afastar o pensamento, ao ler esses versos, de que essa é realmente a situação de Deus hoje: ele esta no fundo do poço...

Ah, Deus...nunca foi tão vergonhoso ser Deus...!

Mas Nietzche não sabia da "missa a metade"- como dizem - e estava a contar uma noticia velha...Deus está há muito tempo morto!

Morto de vergonha de ver como os seus "filhos" se comportam.

Morto de vergonha de ser tido como o autor de um livro tão corrompido, o iniciador de um desastroso "telefone-sem-fio" que tanto mal trouxe, e continua trazendo à humanidade.

Deus se esconde cada vez que invocam seu nome para se apropriarem de recursos alheios, cada vez que espertalhões fingem ser seus representantes para ascender aos mais altos postos de governo.

Deus fez as malas quando teve seu nome ligado a de um deputado racista e homofônico.
Mas já havia mudado de telefone quando, sob sua alegada benção, um ditador exterminou milhões de judeus e um líder religioso, supostamente seu representante, ganhou de presente um estado soberano ao fazer vista grossa a esse genocídio.

Deus mandou dizer que não está, mudou de número, não quer mais ser reconhecido...

Ele tem vergonha...ele está no fundo do poço...e pediu a Nietzche: " - Por favor, diga a eles que eu morri!"